MAS AFINAL, O QUE SIGNIFICA SER NEUTRO EM CARBONO?

O conceito de carbono zero nasceu no Protocolo de Kyoto, em 1997. Na altura, os países desenvolvidos assinaram um acordo onde se comprometiam a reduzir em 5% as emissões de gases do efeito estufa em quatro anos, entre 2008 e 2012, usando como base os níveis referentes à década de 1990.

Quase 15 anos após o pacto internacional, em 2011, foi realizada a Conferência do Clima e novos objetivos foram traçados, trazendo a neutralização de carbono novamente ao centro da discussão.

Ser “neutro em carbono” significa que as emissões que uma entidade produz, (empresa, organização, indivíduo, produto ou serviço) foram equilibradas, financiando a mesma quantidade de economia em outra parte do mundo.

A neutralização de carbono é uma alternativa que procura evitar as consequências do desequilíbrio do efeito estufa (causado pelo excesso de emissões de poluentes como o dióxido de carbono), a partir de um cálculo geral de emissão de carbono.

O objetivo é que a soma de todos os gases de efeito estufa que qualquer entidade coloca e retira da atmosfera, seja equilibrada a zero.

Por exemplo, para uma empresa ser neutra em carbono, todas as emissões criadas devem ser compensadas pelas emissões que a empresa reduz noutro lugar do mundo.

E COMO É QUE AS EMPRESAS SE TORNAM NEUTRAS EM CARBONO?

É impossível conseguir um produto ou serviço que não gere carbono. Por isso, as emissões de carbono que não podem ser evitadas, podem ser compensadas. A compensação carbónica pode ser feita através da plantação de árvores nativas ou o apoio de projetos ambientais.

Para se tornarem neutras em carbono, as empresas devem mudar a maneira como compram e usam energia e reduzir suas emissões gerais. Que mudanças podem ser feitas? Por exemplo:

• Participar em programas de eficiência energética

• Usar fontes de energia limpa e equipamentos com eficiência energética

• Mudar o estilo de interação com os clientes

• Escolher carros elétricos ou híbridos para a empresa

• Aumentar a reciclagem, etc

PORQUE É IMPORTANTE A NEUTRALIDADE DE CARBONO?

A intensificação do aquecimento global, causado em grande parte pelos gases de efeito estufa, está a provocar no nosso planeta um aumento da frequência de alterações climáticas extremas: secas, ondas de calor, inundações, subida do nível do mar, perda de biodiversidade, etc.

Só para se ter uma ideia, a temperatura da Terra aumentou em 1ºC desde a Revolução Industrial, mas pode crescer ainda mais neste século para até 5ºC.

Para limitar o aquecimento global em 1,5°C – o limite considerado seguro pelo Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (PIAC) – é essencial atingir uma neutralidade em termos de carbono até 2050. Este objetivo está também definido no Acordo de Paris, assinado por 195 países.